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22. – Que tipo de música você gosta de ouvir? MPB, toda vida. Estou tentando me reciclar largando o “mofo” da Velha Guarda, acredito que tem muitos novos talentos surgindo por ai. Mas mesmo assim, minha predileta para tocar no derradeiro adeus é “João Valentão”, de Dorival Caymmi.
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23 – Que tipo de livro você gosta de ler? Uma literatura fluente, que prende atenção. Gosto muito da novela picaresca, aquela do anti-herói, que cito como exemplo Galeão Coutinho (“Vovô Morungaba”, “Memórias de Simão, o Caolho”, “Confidências de Dona Marcolina”), Dyonélio Machado (“Os Ratos”) e Gladistone Osório Mársico (“Cogumelos de Outono”). Aprecio bastante José Mauro de Vasconcelos (“Confissões de Frei Abóbora”), Humberto de Campos (“Lagartas e Libélulas”), a poesia de J.G.de Araujo Jorge, a prosa de Érico Veríssimo (“Incidente em Antares”), Luiz Antonio de Assis Brasil (o caro Mestre) e fico por aqui com tantos bons autores que minha memória mal consegue guardar.
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24. – Quantas histórias você já fez? Qual a sua maior inspiração para escrever contos? Olha, até perdi a conta do que já consegui produzir. Algumas vezes, a inspiração parece que já vem pronta e a escrita flui ao natural. Mas também acontece o bloqueio mental e não consigo concluir uma ótima trama por mais que me esforce em aprimorar o texto. E, por preguiça mesmo, acabo deixando-o de lado, na espera de um momento mágico que me lance as luzes do entendimento. Puro desespero ao perder o fio da meada. O mestre Assis Brasil me enfatizava: “Também só queres Mu-Mu!” Isto é, a maior inspiração.
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25. – Você acha que todas suas histórias podem ser filmes? Acho que qualquer história pode ser filme, mesmo que este não represente com fidelidade a obra literária. Daquela se extrai um roteiro que vai agregando outros valores artísticos necessários à sua adaptação cinematográfica, o que não desmerece o original e sim se presta para estimular as pessoas na sua leitura.
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26. – Você quando era pequeno queria ser outra coisa? Sempre tive facilidade para o desenho, até pensei em fazer vestibular para arquitetura. Mas não era minha aspiração de guri. Lembro-me daquele tio que esteve adoentado lá em casa e eu ia com um caderno de desenho, a beira do seu leito, esboçar a figura de um navio, a partir das suas narrativas de viagem como marinheiro. Ele me corrigia o que não estava certo, eu apagava com a borracha e redesenhava até que ele concordasse.
2 comentários:
Eta, poeta, literalmente você foi espremido, moído, sabatinado mesmo. Eles sugaram até as últimas gotas literárias que stavam nas raizes telúricas que só brotam nas mnargens do rio Jaguerão.
Obrigada Zezinho por mandar teus escritos que valoro y disfruto mucho. Que sigas cosechando exitos. Abrazos
Helena
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