terça-feira, 29 de novembro de 2022

NOSSA SEMPRE LEMBRADA : RUA DAS FLORES

 

("Edumar Pinturas" Instagram)

R U A   D A S   F L O R E S

 

Quando ela tão brilhante ali passava,

Passarinhos jogavam pequenas sementes

Que sua formosa presença inspirava

Sem dispensar tantos olhares insistentes

 

Então naquela tosca alameda brotava

Minúscula haste duma pedra ardente

E despercebida a flor que se tornava

Agora chama atenção de toda gente

 

Hoje surpreso me permito contemplar

Tamanha multidão de luzidias cores

Que de repente surgem naquele lugar

 

Lembrei-me de todos os antigos amores

Dos tempos em que costumava cultivar

Cá nesta resplandecente Rua das Flores.

 

José Alberto de Souza

POA 29/nov./2022.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

QUANDO NOSSOS OLHARES SE ENCONTRARAM












Surpresos, nossos olhares se encontraram

De compaixão poderia ser algum fato

Nem sei se por ali eles então buscaram

Manter-se nesse possível anonimato

 

De certo modo nenhum sorriso ousaram

Para não demonstrar qualquer espalhafato

Denunciando a maneira que usaram

Sem confundir propósito com ultimato

 

Ao acaso tão inesperado deixaram

A ocasião surgisse de imediato

Libertos da pressa que sempre desejaram

 

Fechar com chave d’ouro aquele ornato

Na esperança do futuro que ficaram

Aguardando mesmo bastante abstrato...

 

José Alberto de Souza

POA 16/Nov./2022.



 

domingo, 13 de novembro de 2022

HAVENDO POSSIBILIDADES DE FRUSTRAÇÔES


 

Eu já perguntei

E você não me respondeu:

Será que você gosta de mim?

Eu só queria ter certeza

Antes de me aproximar...


Não quero alimentar

Essas esperanças reprimidas

Nas condições sociais

Que nos mantem afastados...


Assim fico na dúvida

De ser um amor desesperado

Sem qualquer razão de ser

Para se fazer correspondido,

Com possíveis frustrações...


José Alberto de Souza

POA, 13/nov./2022.


domingo, 16 de outubro de 2022

Sérgio da Costa Franco - seria um Deus Bondoso?

 


Muitas vezes temos ouvido falar de um Deus Bondoso que nos quer muito bem. Mas diante de tantas injustiças existentes neste nosso mundo, costumamos nos revoltar querendo saber porque este Ser Superior não interfere de imediato para proteger as criaturas mais necessitadas. Creio nesse misericordioso Nosso Senhor como se não guardasse rancor com essa brusca reação que abandona qualquer resquício de esperança.

No dia a dia de nossa existência vivenciamos até mesmo em muitas pessoas tão próximas de nós a presença de um Deus Bondoso que nos encoraja, estimula e atende aqueles pedidos do momento através de uma atitude solidária. E elas nunca se mostram ansiosas por serem reconhecias em seus atos meritórios, deixando de lado os rancores que poderiam demonstrar por serem atingidas e mal interpretadas.

Assim, quando tomamos conhecimento de uma pessoa simples, isenta de qualquer vaidade, que se relaciona gentil e humildemente com seu próximo, sempre disposta a perdoar os deslizes alheios, não guardando futuros rancores, ficamos nos imaginando como se estivéssemos diante de um Deus Bondoso, reverenciando sua inesperada e prestimosa companhia, uma graciosa bênção surgindo em nosso caminho.

Então nos vem a mente um fato ocorrido em 1982, quando participávamos da organização dos festejos comemorativos aos 40 anos da instalação do Departamento de Jaguarão do Instituto Porto Alegre e decidimos escrever uma carta aos leitores do Correio do Povo, na época coordenado por um desses Deuses Bondosos, o qual não hesitou de publicá-la na íntegra apesar do texto longo ocupando um valioso espaço.

Posteriormente fomos solicitados a buscar no arquivo do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa uma cópia de um artigo da escritora Rachel de Queiroz sobre sua estadia em Jaguarão, publicado na antiga revista O Cruzeiro, o qual foi enviado a seguir para o advogado Eduardo Alvares de Souza Soares que preparava na ocasião em parceria com outro ilustre conterrâneo a edição de “Olhares Sobre Jaguarão”.

E não é que este parceiro sugeriu a Soares a inclusão na 2ª. parte da referida obra versando sobre o Olhar dos Conterrâneos escritos de nossa autoria sobre os 40 anos de fundação do Ipinha jaguarense, um deles justo aquele que foi publicado no Correio do Leitor acima referido, o que permitiu a um mero desconhecido a honra de compartilhar um generoso espaço no lançamento em 2010 dessa importante obra.

A 13 de outubro último, somos privados do convívio com o amigo, conterrâneo e vizinho Sérgio da Costa Franco, a quem consideramos um Deus Bondoso na impressão que nos lega de extrema cordialidade e honradez de caráter, das quais sempre testemunhamos  nas mais variadas oportunidades.

sábado, 17 de setembro de 2022

AS SIMPLES TENTAÇÕES DO LIVRE ARíBÍTRIO



 A M A R G A   P E N I T Ê N C I A

 

Eu agradeço à cósmica consciência

Por colocar à prova todos meus pecados,

Testando minha miserável resistência

Em reconhecer estes caminhos errados

 

O livre arbítrio não me deu a prudência

De manter-me atento a tantos cuidados

Conforme expostos nos avisos de urgência

Sem nunca serem por mim sequer observados

 

Agora apenas me resta ter paciência

Para viver expiação dos condenados

Nas masmorras da sua eterna demência

 

Algum dia esperam inda serem libertados

Daqueles grilhões, no resto de sua existência

Tão penosamente de serem carregados.

 

José Alberto de Souza

POA, 18/jun./2022.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

SERIA UM MODO DE PRATICAR A COMPAIXÃO?


 

Em algum momento da nossa vida talvez

Nunca tenhamos demonstrado o bastante

Dessa irreverente e tamanha estupidez

Que nos vai revelar um caráter marcante

 

Em cruas atitudes, expomos a acidez

Dum comportamento nada edificante

Em que predomina a longa morbidez

Provocada pela indiferença gritante

 

Então vamos jogar nesta tão falsa altivez

Para uma encruzilhada mais preocupante

De superar obstáculos na robustez

 

Necessitada duma vontade pujante

Que nos é escassa nessa plena pequenez

Assim mostrada na verdade oscilante.

 

José Alberto de Souza

POA, 15/set./2022

segunda-feira, 6 de junho de 2022

AONDE CHEGAREMOS POR ESSAS ALAMEDAS ?


E S T R A N H O S   L I M I A R E S


Quanta gente sem querer vai se ver forçada

Indo buscar novos destinos, novos ares

Na esperança de alcançar arrancada

Mesmo tendo que singrar longínquos mares

 

Abandonando afetos nesta caminhada

Para serem trocados em outros lugares

Embora à custa daquela ideia sonhada,

Refletida nesses momentos singulares

 

Mas ainda em nossa memória estampada

Permanece ali brilhando nos olhares

Para qualquer lembrança a ficar marcada

 

Vamos chegando a estranhos limiares

Condenados que nem pobre alma penada

Em certos tempos de inimagináveis lares.

 

José Alberto de Souza

 POA, 21/MAIO/2022

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

ABRINDO A PORTEIRA PARA PASSAR A BOIADA

ERICO MACHADO - NOV./2021

 contos de beira d’água entre adeuses abraços

e jamais lágrimas de ampulheta

o tempo que passa na sombra da figueira

que já viu tanto encontro e tanta despedida

vivendo na orla do rio sempre de águas passadas,

novas histórias em cada partida

transcendem em cada encontro

folha que seca e cai adubando nova vida

conforto nos braços de pessoa querida

folha que voa e vai virar barquinho no rio

levando histórias para ir contando

de forma simples e gentil