A alma entusiasta do elemento cruzeirista, comemorou no dia 27 de abril último, por entre manifestações de alegria o décimo ano de pugnas do Esporte Clube Cruzeiro que tantas e tão grandes glórias tem alcançado nas lutas futebolísticas, Esse acontecimento foi, sem
dúvida, a prova mais eloqüente do quanto de simpatia souberam granjear todos os
elementos que pertencem ao Cruzeiro, simpatia que se robustece cada vez mais,
ante lauréis conquistados por ocasião de lutas memoráveis.
Desde a sua fundação até os
nossos dias, o Cruzeiro, pelo esforço e dedicação dos seus componentes, tem
sabido corresponder com alto grau de merecimento a simpatia que desfruta em
nosso mundo desportivo, contando sempre com elevado número de torcedores, que
não lhe regateiam aplausos nos lances empolgantes das partidas que emocionam.
Reputado como clube possuidor de
homogêneo conjunto do desporte bretão, tem realizado partidas memoráveis com
quadros da vizinha república e cidades limítrofes, cabendo-lhe todas as vezes a
vitória consagradora como um prêmio ao estímulo e galhardia de cada um dos seus
jogadores.
Fundado que foi no dia 27 de
abril de 1924 á Rua Aquidabã pela boa vontade e esforço dos Srs. Cristovão Neves,
João Correia da Silva, Pedro Correia da Silva, Dorval Knorr, Marçal Dias,
Valter Jardim, Nésio Miranda, João Nunes Filho, Rubens Gerundo e Tomaz Miere,
solidificou-se desde logo com a adesão de outras pessoas, marchando até agora
de maneira modesta e brilhante, pela camaradagem desportiva que reina entre os
velhos membros fundadores
Teve como iniciadores, formando
a primeira diretoria, as seguintes pessoas: presidente, Lourival Tavares Leite;
vice-presidente, Venceslau Garcia; 1º.secretário, Gabriel E. Correia; 2º. secretário,
João Miranda; tesoureiro e capitão geral, Cristovão de Almeida Neves; capitão
de quadro, Rubens Gerundo; orador, Luiz Dorval Lopes; guarda-desporte,
Nepomuceno Larrosa. Conselho consultivo: presidente, Rosalino Lopes de Moura;
relator, João Nunes Filho.
Presidindo a primeira diretoria
provisória do Cruzeiro, deixou desde logo patenteado o seu grande interesse
como responsável dos destinos do mesmo o incansável desportista Cristovão
Almeida Neves, tendo mesmo depois de entregado a direção, se interessado e
trabalhado com afinco destacado, merecendo-lhe agora a recompensa de ter sido
aclamado sócio benemérito por grande número dos denodados cruzeiristas, que
testemunharam assim um ato de inteira justiça aos seus serviços sempre empregados
com interesse pelo bom nome do Cruzeiro.
Quando em 1927 inaugurou-se sob
a responsabilidade do Sr. Claudino Neves, o seu campo de futebol, outro
esforçado desportista da velha guarda do Cruzeiro, que tudo tem feito e se
empenhado pelo brilho da existência de tão útil como simpática agremiação,
ainda Cristovão Neves, secundando o seu parente e consócio não mediu
sacrifícios, ora contribuindo com parcelas, ora trabalhando ele próprio com
outros entusiastas elementos do alinhamento e marcação do campo.
Vem depois Lourival Tavares
Leite, primeiro presidente eleito por grande maioria que, dirigindo de maneira
admirável o futuro do Cruzeiro, demonstrou muito tino e capacidade no espinhoso
cargo, procurando por todos os meios solucionar os problemas intrínsecos desde
que os mesmos se movessem de acordo com a recomendação valorosa do clube da
camisa tricolor. Merece portanto nossos aplausos
o correto desportista que é, sem dúvida, Lourival Leite.
Seguindo os seus antecessores,
não se tem descuido pelos destinos do glorioso Cruzeiro, Felipe Giozza, que há
pouco deixou o cargo, entregando a Valter da Rocha Passos, conceituado
cavalheiro e comerciante desta praça. Felipe Giozza foi incansável e
um sincero amigo dos seus consócios.
Empregando como os demais o
tempo em bem salvaguardar os interesses do clube, ele tem sido sempre o
reparador para que nada falte de necessário nos dias de grande partida,
tornando-a, por isso, esplendente a grandes elogios.
Haja vista quando foi da partida
internacional realizada a 28 de outubro entre uruguaios da cidade de Vergara e
o Cruzeiro, ficou maravilhosamente acertado um pacto admirável de camaradagem
desportiva, graças ao empenho e boa vontade que empregou desde a recepção até o
final das festas, das quais ficaram radiantemente demonstrada a educação e
lealdade que possui Giozza.
Pelo Cruzeiro tem trabalhado um pugilo de homens
dedicados, destacando-se tudo que diz respeito à glória da vida desportiva de
Jaguarão: Luiz Dorval Lopes, orador; Rubens Gerundo, Tomaz Miere, Antônio Pinto
Ribeiro, Alcides Moraes, Peri Moreira, Plínio Gomes, Julio Proença, Alcides
Palma Pereira, irmãos Alcindo e João Amaro, José Pinto de Carvalho, Orestes
Bezerra, Pedro Correia Silva e outros muitos que aparecem no plano onde figura
a lista dos que se interessam do pujante e glorioso campeão. O primeiro desses
foi agraciado com o título de sócio honorário, estimulando assim os grandes e
inestimáveis serviços prestados àquele.(Publicado no Diário de Notícias, em 24 de maio de 1934, cuja edição consta do acervo do Sr. Carlos Alberto Machado Neves, filho do saudoso craque cruzeirista Alberto Neves).
Um comentário:
Que maravilhoso ver esses registros resgatando o glorioso Cruzeiro do Sul. Hoje quando vou a Jaguarão até evito passar perto do nosso estádio Mackley Rosa pois a última vez que entrei no estádio me deu um aperto forte no coração ao ver o péssimo estado de conservação do que já foi um dos melhores estádios de futebol da zona sul do estado, cheguei ao ponto de chorar relembrando da minha infância naquele estádio. Por favor, se for possível nos relembre Navegantes e Jaguarão também, que época fantástica!
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