Em 13/05/1987, Zero Hora (p.49) publicou
entrevista concedida a Cláudio Dienstmann, pelo historiador Carlos Lopes dos
Santos, sob o título “História do Negro no Futebol Gaúcho”, da qual me permito reproduzir
a abordagem final da referida matéria: - “Mas quando Luiz Carvalho, grande
centro-avante do Grêmio, foi para o Rio de Janeiro e jogou no Botafogo, ele fez
questão de levar um jogador negro, o Jaguarão,
ponteiro-esquerdo, criado no Palmeiras, da várzea de Porto Alegre. Só que o
Botafogo não aceitou o Jaguarão,
porque era preto e ele foi parar no Bangu. No primeiro jogo entre os dois
clubes, o Botafogo com Luiz Carvalho, tomou 5x0 do Bangu – três golos do Jaguarão. Era um tipo Tesourinha, mais
forte”.
Transcrevo ainda do livro “Nós é que
somos banguenses”, de Carlos Molinari, as seguintes passagens: “Curiosa a história do ponta-esquerda Cirilo Campelo,
apelidado pelo nome de sua cidade natal: Jaguarão.
Chegou ao Rio na vã tentativa de jogar pelo Botafogo, mas foi proibido
de treinar em General Severiano por ser negro! Lá foi aconselhado a procurar o
Bangu, pois segundo um diretor botafoguense o "seu tom de pele seria ideal
no time dos Mulatinhos Rosados". Veio para a Rua Ferrer, treinou e ficou.
No Campeonato Carioca marcou somente dois gols, sendo que um deles justamente
em cima do Botafogo.” ... “Mudanças significativas ocorreram na
equipe de futebol do Bangu em 1932. A principal delas foi a saída de três
titulares absolutos: o goleiro Zezé foi defender o Olaria, o atacante Jaguarão
iria parar no Engenho de Dentro e Domingos da Guia. O zagueiro havia exibido
sua classe suprema de tal forma que foi impossível para o Bangu mantê-lo após
tantas insistências dos outros clubes - ele iria para o Vasco”.
2 comentários:
Time do Bangu antes da partida contra o Vasco, em São Januário, no dia 7 de junho de 1931. Da esquerda para a direita aparecem: Santana, Zé Maria, Buza, Ladislau, Domingos da Guia, Dininho, Médio, Eduardo Moura e Jaguarão. Abaixados: Zezé, Sá Pinto e a mascote Manô.
Meu caro José Alberto,
Parabens por teres pesquisado quase que mensalmente sobre o esporte jaguarense e relembrar figuras importantes que marcaram época lá e fora da cidade.Teu texto demonstra a nstalgia de teus dias vividos na Cidade Heróica que não consegues esquecer por mais que o queiras. Mas como diz o velho ditado: relembrar é viver duas vezes. Um abraço. Suceso. Hunder.
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