À direita, os "jubilandos" Vera Lúcia e José Alberto e, à esquerda, os outros "sobrinhos do Capitão" José Álvaro e Ana Lecy. |
Anos
de pérola separam jubileus de ouro e carvalho – o teu e o meu. Essas pérolas
que nunca vão deixar de ser pérolas, mesmo com o passar do tempo. Todo ano,
recebo esse presente como uma graça concebida no ventre de minha saudosa mana.
Ela tinha um jeito diferente de ser carinhosa quando dizia que eu era um bom
irmão ou que nunca a deixava de apoiar nos momentos difíceis. Nem as duas vezes
em que nosso pai se tornou viúvo, deixando-a órfã de mãe na primeira e eu
também órfão na segunda, conseguiram nos afastar do afeto que nutríamos um pelo
outro, apesar de não habitar o mesmo teto.
Anos
de pérola por toda eternidade para traduzir esse elo que sempre nos manteve
unidos e que jamais se romperá embora esticado no espaço celestial. A presença
dela se faz notar em cada gesto teu, em cada atitude que possa demonstrar a tua
personalidade firme e amistosa. E eu ainda sinto o seu abraço carinhoso quando
me enlaças naquelas saudações espontâneas de velhos amigos que caminham juntos
numa mesma jornada deste planeta. Compartilho com teu marido e com teus filhos
dessa imensa alegria de viver cada momento na plenitude de nossas existências
enquanto persistirem de forma harmoniosa.
Anos
de pérola tão esperados para que viessem ocorrer e sedimentar minhas lembranças
dos teus pais queridos, dos teus irmãos que eu gostava de embalar sob os
protestos de alguém – “Vais deixar essa guria manhosa!” – e daquela casa que
era como se fosse prolongamento do meu próprio lar. Mesmo à distância, ainda
estou observando a evolução dos teus passos que não se cansam para chegar de
mansinho até onde tua presença se faz necessária, seja acompanhando a todos aqueles
carentes do teu incentivo, seja demonstrando o teu orgulho com o sucesso
alcançado por todos que tem o privilégio da tua amizade.
Quantas
pérolas enfiastes no colar dos teus sentimentos, quantas voltas esse colar já
não deu no repositório da tua humildade. Hoje estás nesse galho de ouro que
logo vais trocar por outros ramos de símbolos diferenciados que nem galardões
merecidos quando se vencem íngremes escaladas, a fim de se avistar no cimo da
montanha aquele horizonte colorido e brilhante das tuas emoções.
4 comentários:
Lindo! Como é bom lembrar com saudades de pessoas queridas que já se foram e fizeram parte de nossas vidas.Parabéns Sr.JA Sousa.
Pura poesia. Pura grandeza de alma. Só mesmo um coração puro como o do amigo poderia externar tamanha sensibilidade.
Grande abraço.
Kie
Como de costume, texto com alma de nosso poeta. Grende abraço!!!
Lindo.
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