U
M A L O N G A J O R N A D A
Já vivi minha vida e
tão bem vivida
Que se continuar um
pouco mais estrago
A maneira certa com
que foi concebida
Resultante deste
desesperado afago
A receita de fórmula
desconhecida
Ainda não inventada
por qualquer mago
Tanto tempo
permanecia escondida
No fundo daquele
misterioso lago
Eis que surge a fonte
desaparecida
Instantaneamente num
frêmito vago
Assim das profundezas
sendo sacudida
De passagem as muitas
gerações que trago
Esperando pela
imediata acolhida
Concluo uma longa
jornada e me apago.
José Alberto de Souza
POA, 30/04/2020.
2 comentários:
Caro Amigo Poeta José Alberto de Souza: Tu és uma pessoa maravilhosa, que admiro muito tempo, desde nossos tempos no BRDE - Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul!
Desde aquela época , décadas de 70 e 80 já conhecia esta tua veia artística, ESCRITOR, POETA, DECLAMADOR e tantas outras virtudes, além de um esposo e pai nota dez!
É claro que tens ainda uma outra grande virtude: és COLORADO!
Nesta tua "longa jornada" que espero perdure por muitos anos, tens sido incansável na divulgação da cultura, que é um legado para todos nós!
"Uma Longa Jornada" é linda! Nessa jornada que estamos juntos, lembro de nossa viagem à São Paulo, Bar da Avenida São João... e a crônica marcante que fizestes. Fraternalmente, Teixeira
"Já vivi minha vida e tão bem vivida
Que se continuar um pouco mais estrago",
eis, a descoberta irônica do Poeta que abre este soneto.
Ironia é afirmar para que a negação possa ser pressentida.
Ironia é negar para que a afirmação possa ser pressentida.
Ela é a melhor ferramenta da Grande Poesia!
Caríssimo JAS,
sabemos que tu continuarás, não um pouco mais, porém, bastante, sem que a nada venhas estragar,
tu que só sabes de assomos de beleza e perfeição!
Ainda voltaremos, depois da pandemia do covid-19, a degustar aquele bom vinho, olhando a tarde anoitecer nas águas do Guaíba ...
Garoeiro
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