quinta-feira, 14 de maio de 2020

O LANÇAMENTO DO PRESENTE PARA AMANHÃ



C Á P S U L A   D O   T E M P O

Vou saindo no rumo de tantas vaidades
Sem despedidas, sem acenos e me apuro
Para não perder o trem das posteridades
Passando assim em certo tempo inseguro

Nem cheguei a completar as nossas saudades
Faltam ainda outros pertences a que procuro
Guardando todas diversas ansiedades
Para que nunca possa jogar no futuro

As cores, os gostos, os barulhos, os cheiros,
Tantos fatos marcantes eu sempre lembrarei
Na memória os nomes desses companheiros

Tudo que registrei e ainda registrarei
Nestes anos a se passarem tão ligeiros
Por certo cápsula do tempo me tornarei.

José Alberto de Souza
POA, 14/05/2020.

Um comentário:

Garoeiro disse...

Caríssimo JAS,
Gostei do soneto!
Quem tem de partir mas não quer precisa dizer que tem consciência da despedida.
Na quarentena deste isolamento da pandemia do Covid-19 escritor precisa escrever!
Porque escrever, no inferno que estamos passando, é resistir.
Parabéns!
Garoeiro