C Á P S U L A D O
T E M P O
Vou saindo no rumo de
tantas vaidades
Sem despedidas, sem
acenos e me apuro
Para não perder o trem
das posteridades
Passando assim em
certo tempo inseguro
Nem cheguei a
completar as nossas saudades
Faltam ainda outros
pertences a que procuro
Guardando todas
diversas ansiedades
Para que nunca possa
jogar no futuro
As cores, os gostos,
os barulhos, os cheiros,
Tantos fatos
marcantes eu sempre lembrarei
Na memória os nomes
desses companheiros
Tudo que registrei e
ainda registrarei
Nestes anos a se
passarem tão ligeiros
Por certo cápsula do
tempo me tornarei.
José
Alberto de Souza
POA,
14/05/2020.
Um comentário:
Caríssimo JAS,
Gostei do soneto!
Quem tem de partir mas não quer precisa dizer que tem consciência da despedida.
Na quarentena deste isolamento da pandemia do Covid-19 escritor precisa escrever!
Porque escrever, no inferno que estamos passando, é resistir.
Parabéns!
Garoeiro
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