D E C A N T A
Ç Ã O
Lá muito
distante, muito além do infinito,
Pretendo
reencontrar todos ancestrais,
Com trajetória
finda, já virei mito,
Agora plano
nas alturas celestiais
Nesta visão,
parece que daqui eu fito
Seres queridos
em procissões colossais
Para receber
um descendente bendito
Que não
poderiam imaginar jamais
E eu fico
pensando, até acredito
Como nossas
vidas sempre são imortais
Continuamente
a celebrar um rito
De se
perpetuar em preces magistrais
Nas quais fico
envolvido e me agito
Libertando minh
‘alma desses lodaçais...
JOSÉ ALBERTO DE SOUZA
POA, 10/Ago./2021.
Um comentário:
R A C I O N A L I Z A N D O . . .
Garoeiro - Natal, RN, 9 de agosto de 2021.
(Para o amigo Souza, o Poeta das Águas Doces.)
Defronte à imensa sede o coração,
A dose a pressentir do ego escassa,
Vai se envolver no afã de encher a taça,
A comungar amor em multidão.
Vivemos a esticar a duração
Da comunhão feliz que a gente abraça,
Tempo que nunca acaba, porém passa,
Na sina de aumentar a solidão.
Tal tratamento de ficar sozinho
Causa de depressão traga jamais,
Conquanto talvez seja a melhor sorte.
A que crava a um só o fim do caminho,
Se laços e uniões restam banais
À vez solitaríssima da morte ...
Abraço,
Garoeiro
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