sexta-feira, 6 de março de 2020

APANHANDO AQUELE CORAÇÃO ESTRESSADO




U M A   F U G A   C O R O N A R I A N A


Sinto um enorme vazio aqui em meu peito
Como se fugisse este pobre coração
Para buscar uma escapada doutro jeito,
Assim arriscando uma nova emoção

Parece estar cansado deste velho leito
Onde se refugiou sem qualquer noção
Do grande perigo a que estava sujeito,
Ocultando-se em total alienação

E eu saio por ai para ver se aceito
Alguma bem mais lógica explicação
No universo infinito e perfeito

Enfim fico na dúvida da reação
De ser presente a exigir meu direito
No recebimento desta devolução.

José Alberto de Souza
POA, 06/mar/2020.

5 comentários:

Garoeiro disse...

Quando Souza volta a poetar, eu já me alegro. Quando vem com soneto, ainda muito mais ...
Parabéns!

Unknown disse...

Lindo tio! Amei! Quero muitos outros mais de onde veio este! Beijo e bom inicio de semana.

Lorena disse...

Esse coraçãozinho está machucado ou com medo de se machucar, hein, tiozinho?
Tua escrita tem muito sentimento, refletindo, apenas, o belo ser que és!
Um beijão da sobrinha que te ama muito, Lorena.

Marco Aurélio Vasconcellos disse...

Oi, Souza. Muitíssimo interessante o conteúdo desse teu soneto. Todavia, tenho uma restrição, que algo pessoal meu, que vem de longa data: tenho uma solene implicância com versos que terminam em ÃO. Esse problema (que assim considero), na verdade não é teu, mas, isto sim, do nosso vernáculo. Se vertesses o teu soneto para o espanhol, ele, a meu ver, ficaria com o9 mesmo esplêndido conteúdo e plasticamente muito mais lindo. Perdoa-me a franqueza que me é peculiar. Grande abraço.

Clarice Villac disse...

Parabéns pelo palpitante soneto, Poeta das Águas Doces !