Heitor Saldanha
– A Hora Evarista –
1974 – p. 203.
Só depois de sentir
que o Belo é triste
é que se atinge a
alma da Beleza.
De que vale saber se
Deus existe
conhecendo a alegria
da tristeza?
Em Quixote a sonhar
de lança em riste
a desfazer agravos e
torpezas
- a viva encarnação
do Belo-triste –
existe um deus pagão
por natureza.
Antes do balançar
para o crescente
recebe-se o ingresso
permanente
e se devolve a senha
antes do tempo.
Depois, buscar a luz
ventre de treva
da viva floração
nunca se eleva
que da germinação não
houve exemplo.
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