segunda-feira, 2 de abril de 2012
De Jaguarão-RS a Valinhos-SP *** (VI)
domingo, 1 de abril de 2012
De Jaguarão-RS a Valinhos-SP *** ( V )
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22. – Que tipo de música você gosta de ouvir? MPB, toda vida. Estou tentando me reciclar largando o “mofo” da Velha Guarda, acredito que tem muitos novos talentos surgindo por ai. Mas mesmo assim, minha predileta para tocar no derradeiro adeus é “João Valentão”, de Dorival Caymmi.
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23 – Que tipo de livro você gosta de ler? Uma literatura fluente, que prende atenção. Gosto muito da novela picaresca, aquela do anti-herói, que cito como exemplo Galeão Coutinho (“Vovô Morungaba”, “Memórias de Simão, o Caolho”, “Confidências de Dona Marcolina”), Dyonélio Machado (“Os Ratos”) e Gladistone Osório Mársico (“Cogumelos de Outono”). Aprecio bastante José Mauro de Vasconcelos (“Confissões de Frei Abóbora”), Humberto de Campos (“Lagartas e Libélulas”), a poesia de J.G.de Araujo Jorge, a prosa de Érico Veríssimo (“Incidente em Antares”), Luiz Antonio de Assis Brasil (o caro Mestre) e fico por aqui com tantos bons autores que minha memória mal consegue guardar.
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24. – Quantas histórias você já fez? Qual a sua maior inspiração para escrever contos? Olha, até perdi a conta do que já consegui produzir. Algumas vezes, a inspiração parece que já vem pronta e a escrita flui ao natural. Mas também acontece o bloqueio mental e não consigo concluir uma ótima trama por mais que me esforce em aprimorar o texto. E, por preguiça mesmo, acabo deixando-o de lado, na espera de um momento mágico que me lance as luzes do entendimento. Puro desespero ao perder o fio da meada. O mestre Assis Brasil me enfatizava: “Também só queres Mu-Mu!” Isto é, a maior inspiração.
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25. – Você acha que todas suas histórias podem ser filmes? Acho que qualquer história pode ser filme, mesmo que este não represente com fidelidade a obra literária. Daquela se extrai um roteiro que vai agregando outros valores artísticos necessários à sua adaptação cinematográfica, o que não desmerece o original e sim se presta para estimular as pessoas na sua leitura.
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26. – Você quando era pequeno queria ser outra coisa? Sempre tive facilidade para o desenho, até pensei em fazer vestibular para arquitetura. Mas não era minha aspiração de guri. Lembro-me daquele tio que esteve adoentado lá em casa e eu ia com um caderno de desenho, a beira do seu leito, esboçar a figura de um navio, a partir das suas narrativas de viagem como marinheiro. Ele me corrigia o que não estava certo, eu apagava com a borracha e redesenhava até que ele concordasse.