Fernando Rozano postou, em seu blog
ChronosFer, crônica sob título “A Estação” ilustrada com dependência de
conhecido prédio uruguaio. Há pouco, andei compartilhando duas imagens colhidas
pelo conterrâneo Lino Marques Cardoso, nas quais retratava as antigas estações
ferroviárias de Jaguarão (Brasil) e Rio Branco (Uruguai). Lembrei-me então de
uma notícia recente, anunciando a Ponte Internacional Mauá como primeiro bem
cultural binacional a ser tombado pelo IPHAN. Daí comecei a conjeturar uma
espécie de desafio aos poderes competentes.
Por este Brasil afora, já existe o
aproveitamento de inúmeros ramais ferroviários, explorando o potencial de
passeios turísticos, um deles bastante utilizado na região entre Bento
Gonçalves e Carlos Barbosa, aqui no Rio Grande do Sul, onde se cultiva a
memória dos tempos da “Maria Fumaça”. Bastou a vontade política da comunidade
para implementar o desenvolvimento de uma ação que vem trazendo incontáveis
benefícios para a economia local. Na madrugada, conversando comigo mesmo, me
inquiri a respeito do assunto: por que não acontece o mesmo lá em Jaguarão?
Aquelas estações e a linha férrea
remanescente (de bitola uruguaia) bem que poderiam ser incluídas nesse
tombamento da Ponte Mauá. Por informações colhidas, fiquei sabendo que o trem
uruguaio já não vai até a nossa Estação, devido a problemas estruturais na
travessia do rio. Agora, fiquei imaginando a ligação entre as duas estações,
utilizando um veículo mais leve como as “litorinas”, automotrizes a diesel, que
chegavam e saiam (após giratória) da Estação Polinicio Espinosa, fazendo
ligação direta com Rio Grande, em cinco horas. Ou, quem sabe, adaptando-se algum ônibus, tipo "linha turismo", para ser conduzido através da via férrea...
Enfim, acredito que se poderia elaborar
um anteprojeto para avaliação de custos dessa proposta e na possibilidade de
buscar recursos para viabilizá-la. Nas duas edificações se aproveitariam todo
seu potencial de utilização cultural, com programações de espetáculos,
gastronomia, artigos da região e a mais variada gama de atrativos para um inesquecível passeio
turístico. A “Rua dos Trilhos” deveria ser preservada em toda sua extensão,
prolongando-se Uruguai adentro num esforço patrimonial que envolvesse os dois
países limítrofes. O desafio está feito, dou de barato para se começar.
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