sexta-feira, 10 de agosto de 2007

De Cordoba (Argentina) para Porto Alegre: Jose Lopez



O Fernando Rozano é uma das amizades que tenho conquistado devido à afinidade pelo gosto da música. Jornalista que atua na imprensa alternativa, costuma publicar os seus comentários sobre os lançamentos que ocorrem no meio musical, destacando-se como redator e editor da revista Porto & Vírgula, da Secretaria Municipal de Cultura. E, assim, nós costumamos trocar algumas figurinhas das novidades que um ou outro não tenham conhecimento. Mas isso é assunto que pretendo historiar numa outra oportunidade. Não é que o Fernando vem de me brindar com uma agradável surpresa – trouxe-me uma cópia exclusiva do CD La Mueca, gravado pelo trio de mesmo nome radicado na cidade de Córdoba, na Argentina, sendo constituído por José López e Marcos Modenesi (violões e arranjos) e Matias Quevedo (voz), os dois primeiros discípulos de Horacio Burgos e estudantes de Composição Musical na Universidade Nacional de Córdoba, além de professores com alunos particulares, e o último aluno de canto da Escola de Música La Colmena, onde estuda com Paola Bernai. Além disso, ainda fiquei sabendo que José Lopez encontrava-se em Porto Alegre, em intercâmbio cultural, para aperfeiçoamento em Composição Musical na UFRGS e então propus ao Fernando Rozano para que o apresentássemos ao Glênio Reis, no programa Sem Fronteiras, da Rádio Gaúcha.
Combinado o encontro, dirigimo-nos à Rádio Gaúcha, em 03/06/2006, chegando lá justo no momento em que a Brigada negociava a libertação de um refém do seqüestro de uma lotação ocorrido ali em frente. O programa Sem Fronteiras então tinha cedido seu espaço para a cobertura do acontecimento e só pode começar às 23 horas, quando Glênio Reis iniciou com o quadro Tangos y Nada Más, em que entrevistou José López e rodou três das faixas do CD La Mueca. Primeiro Otoño Porteño (Astor Piazzolla), depois La Última Copa (Francisco Canaro/Juan Andrés Caruso) e, por último, Sueño de Guitarras, admirável composição instrumental para execução a duas guitarras de autoria de Marcos Modenesi e José López. E assim desenrolou-se a primeira parte desse quadro, onde Glênio Reis esbanjou a sua simpatia e agilidade de improvisação, deixando José López bastante a vontade para mostrar o trabalho desse trio cordobês. Já na segunda parte do quadro, este comunicador-repentista, alternando suas falas ora em português ora em espanhol, inventou de nomear o seu entrevistado como comentarista dos recentes lançamentos discográficos, em tango, de artistas brasileiros, tais como Vera Pratini, Bibi Ferreira/Miguel Proença e Dona Amélia López Cruz. José López saiu-se a contento nesse encargo e ainda encerrou a sua participação, apresentando ao vivo com sua guitarra uma pequena improvisação de clássicos da música porteña. Coube ao Fernando Rozano e eu opinar sobre o referido desempenho, em que destacamos nossa admiração por assistir um jovem instrumentista a renovar o tango através de uma roupagem mais moderna. E o Professor Glênio parece que pulava numa perna só de tão satisfeito por imprimir uma nova dinâmica a Tangos y Nada Más.
Descobri e dou de barato: clique na foto para ver os detalhes.