sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Alcides Gonçalves - o grande esquecido (IV)

Assim, pois, compositor, cantor e pianista consagrado, teve de retornar a Porto Alegre, onde consegue emprego na Assembléia Legislativa. Nessa ocasião, acontece o estremecimento das relações com seu principal parceiro, devido a não constar o seu nome no selo do disco em que Francisco Alves lançou Cadeira Vazia pela Odeon. Porém, continua compondo ou sozinho(Cachimbo da Paz, Minhas Serestas, Pecador, Olho Pro Céu, Fim de Festa), ou em parceria com Leduvy de Pina (Divisão, Se Ela Soubesse), com Ciro Gavião (Mendigos), com Flávio Pinto Soares (Brigamos Outra Vez, Chorei Uma Vertente, Modifiquei Minha Vida, Samba Cinquentão, Soluço de Boêmio, Violão Ciumento) e com Agnaldo Bechelli (Esfera da Vida).
Em 1977, tentando resgatar sua obra, o pesquisador paulista J.L. Ferrete produziu o antológico LP Cadeira Vazia, da Série Destaque / Continental e, em 1982, seu parceiro Flávio Pinto Soares editou mil cópias do LP Pra Ela, que teve a participação da OSPA – Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.
Através do espetáculo Noite de Seresta, produzido por Aroldo Dias em 1985, apresentava-se nesta Capital e no interior do Estado com destacada participação, além de sua presença constante nos encontros musicais das segundas-feiras no restaurante do CIB – Centro Ítalo-Brasileiro, e das quintas-feiras no Las Tablitas, situado no antigo Estádio dos Eucaliptos, como sempre anunciada e relembrada pelo seu velho admirador Alberto Garrido.
Atualmente, constatamos que muitos apresentadores ainda omitem o nome de Alcides Gonçalves ao anunciarem músicas de sua parceria com Lupicínio Rodrigues, justo agora perto do seu centenário de nascimento, quando se faz necessário o resgate de sua obra.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, poeta das águas doces.
Maravilha tudo o que tenho acompanhado de tuas iniciativas, visando sempre a comunicação e o bem servir.
O caminho é esse mesmo. Não conheço outro... É como diz o velho ditado "quem não se comunica, se trumbica"... Disponibilizaste para os que ligam no teu blog, eu sou um dos muitos, um belo trabalho resgatando aquele que foi, no meu entender, a maior expressão do canto popular brasileiro nascido em nosso Estado: Alcides Gonçalves, como se não bastasse a sua voz, ele tinha o dom de ser notável melodista. Basta que se ouça algumas das mais importantes composições do mestre Lupi, pois lá estão devidamente assinados o nome de Alcides Gonçalves. Apenas para clarear as coisas, outras tantas o texto revela com sabedoria e oportunidade. Os pesquisadores, os jóvens de hoje, os que querem conhecer e saber mais sobre nossos grandes valores, ofereces uma importante e grande colaboração. Obrigado e parabéns.
Glênio Reis.