terça-feira, 25 de agosto de 2015

RETRATO RESTAURADO EM ÚLTIMO SUSPIRO

No primeiro plano, meu avô José Vieira de Souza, com Joãozinho, um dos filhos do viúvo Joaquim Mello, a seu lado minha mãe Maria Francisca, minha avó Maria Joaquina, Mário, outro dos filhos de Joaquim; atrás, em pé, tia Rosa, primeira esposa de Cantalício Resem, a seu lado meu pai José Dalberto de Souza, tio Joaquim e esposa Maria José, tio João e tia Florisbela, segunda esposa de Cantalício, meu tio e pai de criação. A importância dessa foto restaurada que nos foi gentilmente enviada pelo primo Luiz Eduardo Almeida deve-se ao fato de representar bem o início dos ramos Souza e Mello, aqui no Brasil.


Vamos combinar o próximo piquenique lá no outro plano foi título de uma das postagens do nosso blogue, ilustrada por uma antiga fotografia familiar, na qual até ontém só restava apenas um dos integrantes ainda vivo, minha prima Lucy de Souza Resem, quando criancinha. E por incrível coincidência recebo do primo Luiz Eduardo, residente no Rio de Janeiro, o retrato restaurado de um quadro que se encontrou durante muito tempo pendurado na sala de visitas do sobrado de meu tio e pai de criação Cantalício Resem, cuja cópia ilustra o presente texto, a seguir por Lucy Resem Hidalgo.

ORIGEM DA FAMÍLIA SOUZA
Provavelmente eu seja a única que conheça a origem da nossa família em Jaguarão.
Após o jantar meus pais tinham o hábito de ficar conversando, ainda na mesa do jantar. Foi assim que fiquei sabendo muita coisa do passado.
Dois irmãos, José e Jerônimo Vieira de Souza, saíram da terra deles em Marco de Canaveses (Portugal) para procurar um navio que os trouxesse para o Brasil. Foi um patrício deles que esteve aqui e regressou rico que contou maravilhas da terra. Despertou nos jovens o espírito de aventura e o desejo de melhorarem a vida.
Em Portugal, nas vilas e nas cidades pequenas, a vida tinha se tornado difícil. Em função disso, os irmãos resolveram embarcar para o Brasil em busca de novas oportunidades. Partiram para a cidade do Porto e, lá, procuraram um navio que viesse para cá.
Souberam de um cargueiro alemão que viria ao Brasil.
Decidiram entrar clandestinamente no navio, pois não possuíam dinheiro para custear a viagem. Ao entrarem, encontraram um escaler coberto com uma lona. Decidiram se esconder ali, onde passaram muitos dias. Estavam em alto mar, quando um marinheiro, fazendo faxina, descobriu o esconderijo deles. Foram levados ao comandante do navio e, não podendo desembarcá-los, colocou-os como auxiliares do cozinheiro de bordo. Desta forma, seguiram viagem até o cais do Rio de Janeiro.
No porto do Rio de Janeiro, esperando navios que aportavam, advindos da Europa, estava sempre um português, que era dono de um armazém onde a colônia portuguesa se reunia. Ao vê-los falando a língua mãe, aproximou-se e ficou sabendo como e por quê tinham vindo para o país. Dada a situação, decidiu levá-los e dar-lhes abrigo e emprego. Em poucos dias, apareceu no armazém um português que voltaria para Jaguarão(RS) e necessitava de mão-de–obra para sua lavoura, sendo assim, contratou-os.
Na nova cidade começaram a trabalhar e, como eram agricultores, conheciam bem o ofício. Permaneceram na lavoura por alguns anos, conseguindo, com isso, juntar um dinheiro – pois era essa a intenção deles - para adquirirem um pedaço de terra onde, cada um, pudesse trabalhar em sua propriedade. 
José Vieira de Souza comprou uma chácara que estava à venda ali por perto. Entusiasmado, mudou-se para lá e começou a trabalhar. Plantou frutas, verduras, legumes e, em poucos meses, começou a colher o fruto de seu trabalho.
Como havia plantado muita coisa, resolveu comprar uma carroça e um cavalo e, assim, poder começar um negócio.
Passou a vender de porta em porta na cidade.
Foi assim que conheceu uma viúva de nome Joaquina que tinha um filho chamado João Manuel. Como via que ela era muito trabalhadora, achou ser ela a mulher ideal para ele. Alguns meses depois de conhecê-la, pediu-a em casamento, o que aconteceu algum tempo depois. Foram morar na chácara. Ela o auxiliava fazendo pão, doces e cuidava da propriedade enquanto ele estava na cidade negociando.
Assim, foram amealhando mais dinheiro.
Dessa união, nasceram: José Dalberto, Maria José, Rosa Maria e Florisbela.
José Dalberto casou, em primeiras núpcias, com Deolinda Garcia. Tiveram muitos filhos, mas só ficaram vivos e cresceram Marçal, que morreu ainda solteiro; Ruth, que casou com Vinícius Amaro da Silveira, e Ivanira. Ruth e seu esposo, tiveram Helena, Amílcar, Suzana, Lúcia, Ana Maria, Elisabete e Sérgio.
Ivanira casou com José Mirapalheta Pacheco, onde tiveram os filhos Maria Alice, José Álvaro, Hilda Terezinha, Ana Lecy e Vera Lúcia.
José Dalberto enviuvou e casou, em segundas núpcias, com Maria Francisca de Souza, filha de Jerônimo Vieira de Souza – sua prima. Dessa união nasceu José Alberto que casou com Gislaine Fagundes. Tiveram os filhos Jerônimo e Gilberto.
Maria José casou com um viúvo de nome Joaquim Luís de Mello e só teve uma filha de nome Hilda, que casou com um oficial do exército chamado Ociran Sebastião de Almeida. Do casal nasceram Luiz Fernando, Eduardo Ubirajara e Regina.
Rosa Maria casou com Cantalício Resem e tiveram dois filhos, o primeiro, José Ângelo, faleceu ainda criança e Nilza, que casou com um oficial do exército de nome Luís Cesário da Silveira. Tiveram os filhos Evandro Ubiratan, Graciema de Nazaré, Gracíola do Carmo, Luís Cesário Filho, Graciara de Fátima, Gracília da Conceição e Gracira de Loreto.
Após o nascimento de Nilza, Rosa faleceu de gripe espanhola.
Florisbela casou com seu cunhado, Cantalício. Dessa união, nasceram Anysio e Lucy.
Anysio casou-se, em primeiras núpcias, com Lecy Dutra, tendo os filhos José Augusto, Lia e Luís Augusto.
Anysio enviuvou e casou-se, em segundas núpcias, com Mirnaloy de Lopez, com quem teve os filhos Anysio Filho e Quênia. 
Lucy casou com José Hidalgo Filho e teve cinco filhos: Maria da Graça, Átila, Lorena e as gêmeas Anaí e Maria da Luz. 

O que sei de Jerônimo Vieira de Souza, irmão de José Vieira de Souza, é que comprou um pedaço de terra no interior de Jaguarão, num lugar chamado Arrombados. Casou-se com uma moça da região de nome Pacífica, da união deles nasceram: Vitório, Alcides, Maria Francisca e José Firmino. Não tenho conhecimento da existência de netos de Jerônimo e Pacífica, se tiveram e quais seus nomes. Sei, apenas, o nome de uma neta, Nely, filha de Alcides, e um neto, José Alberto, filho de Maria Francisca

Como é só isto que sei da nossa família, escrevi para que as novas gerações tomem conhecimento. A todos que lerem este escrito, peço que levem em consideração o fato de, quando fiz essa leitura, já estar com a idade de quase oitenta anos, portanto, com a possibilidade de ter omitido algum fato. 

Lucy Resem Hidalgo nasceu em 19/11/1928 e faleceu hoje 25/08/2015.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

A nossa solidariedade para Pedro Miguel Quijano

Carlos Alberto Rosito e esposa, Paulo de Azevedo Moura, Luiz Leandro Lutz, Flávio Lúcio Scaff e esposa (em pé)
e `Pedro MIguel Quijano e esposa (sentados), comemorando 40 anos de formatura (2005) na Escola de Engenharia da UFRGS.


Meus caros Bruno, Flávio e colegas mecânicos da TE URGS 65,

Em primeiro lugar o nosso melhor MUITO OBRIGADO a você, Bruno, pela visita ao nosso Pedro Miguel QUIJANO e sua esposa, levando um pouco do muito de amizade que ele conquistou em todos nós. De minha parte guardo lembranças mais do que agradáveis do convívio com o QUIJANO.
Fomos colegas no Ginásio do Anchieta, mas nesta época meu grupo mais próximo era constituído do Alexandre Pasqualini Silla – até hoje almoçamos juntos semanalmente aqui no Rio – Atan Barbosa – o campeão das MISSAS DE AULA na época e depois campeão brasileiro de GOLFE, também  residente aqui no Rio; Luiz Paulo Pilla Vares, já falecido; e João Paulo Pires Neto, igualmente residente há décadas aqui no Rio.
Na Escola de Engenharia retomamos o contato, mas foi na viagem à Europa no PROVENCE da “LINEA C”, no início de 1965, que viemos a estreitar as relações. Estávamos ambos em uma das cabines para seis pessoas, da TERZO MINIMO – e no dia do embarque -31 de Dezembro de 1964 – nos preparávamos para o REVEILLON. O QUIJANO não encontrou o seu perfume e tomou um verdadeiro “banho” com o meu. Nesta mesma noite conheceu uma argentina muito linda e simpática – a Graziela.
Os argentinos eram uns 800 a bordo do PROVENCE e nós os “macaquitos brasileños”  não passávamos de algumas dezenas. Os 13 ou 14 dias de ida, mais outro tanto na volta, estreitaram muito o meu relacionamento com o QUIJANO, mas muito mais ainda o relacionamento do QUIJANO com a Graziela.
Alguns anos após a formatura – 1973 ou 1974 – eu residia em São Paulo e retornava para casa, ao final da tarde, pela AVENIDA 23 DE MAIO já então engarrafada. Um motorista “nervosinho”, no interior de um enorme DODGE DART, buzinava incessantemente atrás de mim, embora a circulação estivesse praticamente interrompida. Lá pelas tantas, cansado das buzinas, e ainda com a falta de paciência dos 30 e poucos anos, abri a porta de meu “fusquinha” e o motorista do DODGÃO também abriu a dele. ÀS GARGALHADAS lá estava o GRANDE QUIJANO. Depois do abraço fraternal e alguma conversa MOLE, perguntei pela Graziela. A resposta não chegou a me surpreender: “Ela agora e a Senhora QUIJANO”!
Penso que o casamento terminou, mas o GRANDE QUIJANO, pelo que você informa Bruno, teve a sorte de encontrar uma nova e excepcional companheira.
Logo depois vim para o Rio e só voltei a encontrar o QUIJANO em nossas comemorações de formatura. Na festa dos 40 anos  em 2005, fiquei triste com o olhar perdido dele e com seus  sorrisos também distantes quando me dirigi a ele, procurando estabelecer uma conversa. Ainda não sabia que estava praticamente cego e com a memória muito prejudicada.
Pretendo aceitar o convite da Sra. QUIJANO e juntar-me aos outros colegas que forem levar a ela  a nossa solidariedade, no dia 28 de Novembro.  
Como solicitado por você Bruno, estou enviando cópias aos nossos colegas do curso de mecânica. Muitos terão, sem dúvida, outras recordações do nosso amigo para relatar.
A todos, ainda com certo amargor na boca, o meu grande abraço,
Rosito.

Mensagem recebida a 9 do corrente, do Engº Carlos Alberto Rosito TE URGS 65, 
residente no Rio de Janeiro-RJ.