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O R Á R I O D O A L M O Ç O
As mesmas caras
de sempre todos os dias
Repetidas no
horário do almoço,
Não consigo
distinguir de quais moradias
Nesta mistura de
vozes em alvoroço...
De vez em quando
algumas mais arredias
Sem querer me
fazem desenhar um esboço
Pelas tantas
esperanças fugidias
Quase me
conduzindo ao fundo do poço...
Fujo dessas vias
escorregadias,
Busco me livrar
duma corda no pescoço
Nem quero chegar
naquelas horas tardias...
Obrigando-me a
engolir o caroço
Sem piedade das
minhas teimosias
Enfim possa ver
alguém como bom moço...
José
Alberto de Souza
POA,
11/nov./2023