sábado, 11 de novembro de 2023

AQUELA ESPERANÇA QUE JAMAIS SE APAGARÁ

 



H O R Á R I O   D O   A L M O Ç O

 

As mesmas caras de sempre todos os dias

Repetidas no horário do almoço,

Não consigo distinguir de quais moradias

Nesta mistura de vozes em alvoroço...

 

De vez em quando algumas mais arredias

Sem querer me fazem desenhar um esboço

Pelas tantas esperanças fugidias

Quase me conduzindo ao fundo do poço...

 

Fujo dessas vias escorregadias,

Busco me livrar duma corda no pescoço

Nem quero chegar naquelas horas tardias...

 

Obrigando-me a engolir o caroço

Sem piedade das minhas teimosias

Enfim possa ver alguém como bom moço...

 

José Alberto de Souza  

POA, 11/nov./2023