sábado, 11 de novembro de 2023

AQUELA ESPERANÇA QUE JAMAIS SE APAGARÁ

 



H O R Á R I O   D O   A L M O Ç O

 

As mesmas caras de sempre todos os dias

Repetidas no horário do almoço,

Não consigo distinguir de quais moradias

Nesta mistura de vozes em alvoroço...

 

De vez em quando algumas mais arredias

Sem querer me fazem desenhar um esboço

Pelas tantas esperanças fugidias

Quase me conduzindo ao fundo do poço...

 

Fujo dessas vias escorregadias,

Busco me livrar duma corda no pescoço

Nem quero chegar naquelas horas tardias...

 

Obrigando-me a engolir o caroço

Sem piedade das minhas teimosias

Enfim possa ver alguém como bom moço...

 

José Alberto de Souza  

POA, 11/nov./2023

5 comentários:

Anônimo disse...

AMEI este poema. Quanta verdade ... Bj no coração.

Anônimo disse...

Lindo tio, andava com saudade desses belos escritos. Bjs
Hilda

Carlos José de Azevedo Machado disse...

Muito feliz com esta nova escrita. Como suas crônicas fazem a imaginação voar livremente, nesta eu até imagino a inspiração da mesma (mas só imagino). Parabéns e quero ver novas postagens. Grande abraço ao escritor José Alberto de Souza, que de forma emprestada eu chamo de Tio Zezinho.(Assim que for a POA, precisamos marcar aquele café para prosear).

Lorena disse...

Estou aposentada desde 2013, mas esse "relato", retratou muito bem minhas horas de almoço no trabalho. Uma coisa é certa: não sinto falta, nem um pouco, da sensação de corda no pescoço, embora tenha encontrado muitos "bons moços" onde trabalhei. Amei te ver denovo por aqui, tiozinho!

Anônimo disse...

Souza
Saudades do nosso tempo de Banco.
Abraço.
Diná