quarta-feira, 27 de agosto de 2014

"HOTEL AVENIDA": UM RESGATE HISTÓRICO?

AAi meu deus. Me esclareçam. Este não estava no "rol". Afinal, ele estava nesta esquina? Foi demolido quando? Mas bá, acabei de reobservar a aquarela de 1880 (que tem no IHGJ) e para minha surpresa, lá estava ele. Não tinha percebido o 2º andar. Puxa vida, que legal.
Carlos José de Azevedo Machado (Prof. Maninho)
Mestrando em Memória Social e Patrimônio Cultural PPGMP ICH UFPEL

Por: Fabiano Roncato
O antigo prédio foi demolido entre 1924 e 27, para a construção de 3 novas casas para os filhos do Ermenegyldo Correa, último dono do sobradão, ou do Avenida Hotel. Que lástima o terem posto a baixo, tenho algumas imagens dele e inclusive do mesmo já demolido. Ah, e ao contrário do que algumas pessoas pensam, dele nada foi aproveitado, nem mesmo da sacada para baixo, poderiam ter aproveitado parte do frontão para as 3 novas casas, mas isso não aconteceu, elas foram feitas desde o chão por completo.


Na frente dele, pela 20 de Setembro, tinha os portões em ferro trabalhado para a entrada das caruagens e carros, que em Jaguarão já tinha bastante para a época. E na parte inferior, "ouvi falar" que, havia uma especie de escritório portuário, e que por fim, depois de uma grande cheia, mandaram fechar suas portas inferiores com tijolos, isso pouco antes da demolição do mesmo.

E a propósito, ele foi construído no tempo de Jaguarão vila, ou seja, antes de 1855, e para mim, muito provavelmente ainda nas calendas de 1840. Porque este hospedou vários ilustres operários que trabalhavam na construção e finalização da Matriz.




Vista da Usina Termo Elétrica de Jaguarão - Foto tomada desde a sacada do antigo sobrado de esquina: Av. 27 de janeiro com Av. 20 de Setembro. Parece que na época teve alguma manifestação contra a demolição da chaminé de tijolos, mas também existiam comentários naquele tempo de que a mesma apresentava rachaduras. Desconheço a data precisa dessa foto, mas com toda certeza esta antecede a década de 1930.



NOTA DO EDITOR: Elisângela Costa Barcellos "acendeu essa fogueira" em seu facebock "Olhares de Jaguarão", para que os incautos pulassem e dessem suas opiniões, destacando-se os esclarecimentos do autor, lançando as luzes do seu saber que evitaram muitas "queimaduras"...

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

DE PATRONO A PADROEIRO SEM QUERER



Na 41ª. Feira do Livro de Porto Alegre (1995), Caio Fernando Abreu se dizia mais padroeiro do que patrono. Em nossa postagem “O Pirata que virou Papagaio” tivemos oportunidade de traçar um perfil dessa figura carismática que passamos a adotar como Patrono do nosso blogue, pelo que representou como incentivador e inspirador de vários textos aqui publicados. E eis que na semana p assada o nosso querido Professor Glênio Reis deixa de nos brindar com seu rico convívio, legando a sua imensa bagagem de preciosos ensinamentos que estão ai para serem postos em prática. Patrono deste Poeta das Águas Doces ele sempre vai ser, agora acrescido da sua condição de Padroeiro das boas causas que sempre abraçou.


Após a perda da amada Anésia há quatro anos, restou-lhe o consolo da companhia de suas filhas Ellen e Rosy e da neta Carolina, grandes alegrias de toda sua vida. Além da sua grande paixão pela radiofonia, a qual se agarrou com unhas e dentes até o último dia 2 de agosto, sempre motivado pela apresentação nas noites de sábado do programa Sem Fronteiras, da Rádio Gaúcha. Tanto assim que, internado no Hospital São Francisco, a fim de se submeter a exames médicos, justificava sua ausência na semana seguinte e prometia voltar neste último dia 16. Porém, submetido à cirurgia de emergência dois dias antes, devido a seu estado fragilizado não resistiu à falência múltipla de órgãos. Ao completar oitenta anos, nosso blogue registrou “24 de Outubro de 1927”.

 Ao ser conduzido à sua última morada no São Miguel e Almas, foi prestada tocante despedida na palavra do comunicador Paulo Santana que frisou “a qualidade de Glênio Reis de nunca ter entrado em atrito com quem quer que fosse em toda sua existência, enquanto ele Santana tinha mais de dez por dia”... Foi o que sempre constatei como característica da família Reis, todos sem exceção bastante atenciosos e gentis quando me recebiam, seja pessoalmente ou através de telefonemas e mensagens eletrônicas. Era minha segunda família em termos de estima e afinidade. Certa vez, manifestei a nosso amigo comum, Guilherme Braga, desejo de visitar Glênio em sua casa, prontamente atendido, e lá chegando Glênio disse que estaria a meu dispor em qualquer ocasião.

 Quando soube da internação do Professor Glênio, procurei contatar Guilherme Braga e, como este estava viajando, tive de aguardar seu retorno e combinamos aquela que seria nossa derradeira visita ao velho companheiro de tantas jornadas, a qual veio a ocorrer uma semana antes do seu passamento. Glênio Reis não media esforços para apoiar a tantos de seus próximos, de ninguém guardava mágoas e procurava assistir com sua proverbial gentileza a quem dele necessitasse. Eu que o diga pelos frequentes encontros para acompanhá-lo nos eventos a que era solicitado, fazia questão de compartilhar comigo das suas andanças para que eu testemunhasse o sucesso alcançado. Inclusive cheguei a posar junto com seus familiares quando recebeu o Destaque Açorianos 2010.

Decidi postar acima o vídeo Norminha Duval – Tea for Two para mostrar a participação do GR regendo o acompanhamento de palmas, o gravadorzinho numa das mãos, durante a apresentação daquela consagrada violonista no foyer do Teatro São Pedro, gesto muito típico deste comunicador, do qual se valia para animar qualquer performance onde se fizesse presente. Aliás, tive de batalhar um pouco para fazer aproximação da Norminha, a quem estive sondando para levar ao Sem Fronteiras. Reis relutante e Duval insistente, foi um caro custo até que surgiu a oportunidade. Ai, minha gente, acendeu o “amor à antiga vista” de que o Glênio não se lembrava mais dos tempos do GR Show, quando Norminha desempenhava a sua arte por lá. Acabou “arrombando” no Sem Fronteiras...