Às
vezes, fico pensando que estamos chegando numa idade onde começam a partir as
pessoas mais jovens e que ficamos para cumprir nosso carma.
Quantos
de nossos ascendentes já não embarcaram no veículo celestial que os conduziu
para outras paragens, após cumprida a sua proba missão.
Acredito que essa inconformidade parece acentuar-se quando nos vemos privados
intempestivamente de nossos contemporâneos ainda tão outonais.
E
as recordações começam a fluir de forma intensa e tão real em todo nosso
cotidiano, levando-nos a duvidar da inexorabilidade d’um destino.
Luiz Fernando Mello de Almeida (primo em segundo grau) era filho de minha prima Hilda Mello de Almeida, casada com o general Ociran Sebastião de Almeida; neto de minha
tia Maria José Souza de Mello, casada com Joaquim Luiz de Mello; bisneto de meus
avôs Joaquina Teixeira de Souza e José Vieira de Souza, tendo assim ligações
familiares em Jaguarão.
Sempre admirei
o ramo Almeida dessa família por incutir em seus descendentes a aproximação de
todo tipo de parentesco, gente que nunca deixava de procurar em qualquer de
seus destinos. Como agora me comunica o filho Luiz Eduardo Fontes Mello de Almeida a missa de primeiro ano de falecimento de seu pai, atitude típica de
seus saudosos avôs Hilda e Ociran e de seus tios Eduardo Ubirajara e Regina.
Ainda tenho na
lembrança a vez em que prima Hilda, então residente no Rio de Janeiro, foi
visitar seu pai, tio Joaquim, em Jaguarão, lá pelos anos cinquenta. Foi quando
encontrou a prima Nilza, casada com o major Cesário, na época servindo no
Regimento local, botando a conversa em dia nas tardes hibernais, ambas sentadas
numa mesma cama e entrouxadas até a alma para resistir o frio intenso.
Cadetes da
Marinha, tanto Luiz Fernando quanto Eduardo Ubirajara, não deixavam de atender
os apelos da mãe, no sentido de procurarem parentes nas cidades onde aportavam
em suas viagens de estudo como tripulantes do navio-escola Cisne Branco. Depois
ambos decidiram se fixar mais em terra para estar bem próximos da família,
formando-se em Engenharia Naval e passando a exercer atividades civis.
Aqui em Porto
Alegre, Luiz Fernando chegou a ocupar a Diretoria de Informática do Grupo
Ipiranga e implantou todo o banco de dados dessa empresa, atuando de terça a
quinta-feira e passando fins de semana com a família no Conjunto Residencial
Itaipu, em Niterói-RJ. Como trabalhava perto do BRDE, algumas vezes costumávamos
almoçar juntos no restaurante do Palácio do Comércio, trocando ideias e
noticiando atividades. Depois, soube que tinha deixado a Ipiranga para se
integrar em consultoria na construção do novo aeroporto do Rio.
6 comentários:
OI PAI,
TUDO BOM? RECUPERADO DA VIAGEM?
É, EU SEI ... A GENTE CHEGA MEIO QUEBRADO MESMO, MAS ESTÁ TUDO BEM AGORA ENTÃO.
NOSSA, ESSE MONTE DE GENTE APARECEU POR AÍ? SÓ PARA TE RECEBER? QUE BOM ...
POR AQUI TODOS INDO, DO MESMO JEITINHO DE SEMPRE. E VC? TEM NOVIDADES?
É MESMO? ANDA FAZENDO CAMINHADAS? E NÃO PRECISA MAIS DO ANDADOR? MAS ISSO É ÓTIMO ...
BEM DISPOSTO ASSIM? ROCAMBOLE DE GOIABADA DE MANHÃ? Rsrs
AH! ESTUDAR AGORA? DEPOIS DE GRANDE? COMO É? NÃO SE SENTE GRANDE ... COMEÇANDO DE NOVO, ESTUDANDO DE NOVO ... MAS ISSO É BOM, ESTUDAR FAZ BEM PARA A CABEÇA. .. ENTENDI, O MAIS IMPORTANTE POR AÍ NÃO É A CABEÇA ... É A EMOÇÃO, ENTENDI.
É, DEVE SER DIFÍCIL NO INÍCIO, MAS DEPOIS VC SE HABITUA. COM TANTA COISA PRA FAZER ... VÁ COM CALMA.
É, MELHOR ASSIM, SEM PRESSA. É MESMO? MUITA PAZ? POR AQUI TAMBÉM ANDAMOS PRECISANDO DISSO.
VOCÊ TEM VISTO ENTÃO, NÉ? EU SEI, EU SEI QUE VOCÊ ANDA DE OLHO NA GENTE ... JÁ IMAGINAVA ISSO. SEMPRE TOMANDO CONTA. MAS AGORA TEM QUE SE PREOCUPAR COM VOCÊ.
NÃO, EU SEI QUE JÁ NÃO TEM MAIS MOTIVOS DE PREOCUPAÇÃO, SÓ FALO DE VOCÊ SE ADAPTAR ... DESCANSAR DA VIAGEM, SE ACOSTUMAR COM A VIDA NOVA.
PENSEI QUE FOSSE SER MAIS COMPLICADO, MAS FOI FÁCIL ENTÃO ... MUITA GENTE AJUDANDO ... MUITA TRANQUILIDADE E MUITA PAZ, É ISSO? ENTÃO TÁ BOM. TÔ CONTENTE DE TE VER TÃO BEM.
MAS OLHA, VÊ SE ARRUMA UM TEMPO PARA DAR NOTÍCIAS DE VEZ EM QUANDO. SABE COMO É ... NAQUELA HORA, QUANDO ESTOU QUASE DORMINDO ... FALA COMIGO QUE EU TE OUÇO COM O CORAÇÃO.
OK ENTÃO PAI, BEIJOS GRANDES, FICA COM DEUS. TÁ BOM, PROMETO QUE VOU PARAR DE CHORAR. GUILHERME TAMBÉM NÃO GOSTA DE ME VER ASSIM. TÁ OK. PODE DEIXAR QUE DOU SEU RECADO: VOCÊ ESTÁ BEM, NÃO ESTÁ MAIS DOENTINHO, SENTE FALTA DA GENTE MAS ESTÁ SEMPRE POR PERTO TOMANDO CONTA E TODA VEZ QUE A GENTE QUISER FALAR COM VOCÊ É SÓ ORAR QUE A GENTE TE ACHA.
PODE DEIXAR, FALO PRA ELES ... O AMOR QUE A GENTE SENTE NÃO TERMINA NEM COM A DISTÂNCIA. OK, PAI. FICA COM DEUS. A GENTE SE FALA DE NOVO EM BREVE. TCHAU. BEIJÃO.
Poeta, José Alberto, sempre fortalecendo os elos familiares... Parabéns. Minhas condolências pelo seu primo Almeida. Uma curiosidade, já que li uma frese interessante " Quando morremos nosso espírito (alma)se divide em muitos pedacinhos..." Sempre achei que o nome Almeida vinha de Alma, soube depois que é de chão! Um caloroso abraço, grande poeta das águas doces!
Raimundo Cândido
Puxa meu caro Tio Zezinho. Mesmo em momentos de sentimentos de perda material de parentes, sua veia literária consegue alcançar histórias e ideias tão interessantes e reconfortantes. Parabéns, lembrando sempre que se aqui estamos é porque ainda temos coisas a fazer. Grande Abraço.
Uma bela página de saudades, amigo Souza
Abraços
Parabens pelo blogue:
Fantasmas, lembranças, por que estou aqui?
Um abraço
Amigo Souza!!!!!!!!!
Que lindo texto (não podia ser diferente).
Além de escritor também és um bom filósofo, que sempre questiona.
Eu me atrevo a responder tua questão do título: estás aqui para escrever belos textos e nos convidar à reflexão sempre, entre outras coisas.
Agradeço o teu compartilhar. Parece que já conheço teus parentes. Lindo.
Um abraço grande e um excelente fim de semana.
Zinaida
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