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Antonio Galderio "Sem Teto" |
Sabes quem eu sou? De onde venho?
Pois é, ninguém sabe nem quer saber. Nem
mesmo eu me importo
com falta de vontade, impedindo-me de
reagir.
Quando peço uma moedinha, qualquer
coisa já me basta,
até agradeço por teres me dado atenção,
chego a ficar contente apenas com tua
palavra.
À noite, tenho vontade de procurar a
casa de Deus,
mas sempre encontro as portas fechadas
para que eu não permaneça por lá um
tempo sem fim.
Fico perambulando pelas ruas, ajeito-me
agachado
em qualquer canto onde possa descansar
sem que perturbe a passagem indiferente
das pessoas.
Sentimento de gratidão é que me ocorre
quando encontro
o espaço generoso de uma dessas
marquises sem grades
para me abrigar das intempéries.
E como dói ter que depender da caridade
alheia,
muitas vezes mitigada pelo carinho de
um prato de sopa quente,
repartido como pão de Cristo.
Amigo, talvez não saibas nem tenhas
vivenciado
esta total carência de quem deixou e
segue deixando
o tempo passar na falta de oportunidades.
6 comentários:
Grande Mestre José Alberto de Souza
Continuas escrevendo muito e retratando uma realidade visível aos olhos e ignorada por muitos.
Parabéns!
Edemar Annuseck
Curitiba - PR
Fotografas essa realidade com sensibilidade
Sues versos falam ainda mais alto nestes dias e noites de tanto frio, de chuva...
Ponto de vista que nos leva a trocar de lugar, de ponto, de vista...
Parabéns pelo necessário poema, Amigo José Alberto.
Que poema lindo, prezado amigo! Revela bem seu espírito atento para as mazelas sociais. Parabéns!
Os pobres, nós os fizemos assim. (Murilo Mendes)
ESTA É A REALIDADE DA VIDA SEM VIDA DE MUITOS DOS NOSSOS SEMELHANTES,PARABÉNS PELO EXCELENTE TRABALHO MEU AMIGO.
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