terça-feira, 22 de outubro de 2019

OS FILHOS DESTA MÃE JAMAIS RECONHECIDA


OS FILHOS DA MÃE

Os filhos da mãe andam por aí
Abandonados, dormindo ao relento,
E nos cobram essa indiferença,
Pedindo alguma moedinha
Que nunca temos no bolso.

E como nos pesa na consciência
Estar bem acima do seu nível
Sem ter do que se queixar,
Acomodados na vida confortável
Sempre nos constrangendo.

De que adianta nosso protesto
Para desculpar nossa alienação
De nunca querer modificar
Esta situação desequilibrada
Que jamais será mais justa.

Pois nunca deixaremos de ser
Como estes pequenos burgueses
Contentando-se em ignorar
Nossos irmãos desfavorecidos
Por uma eterna falta de sorte.

José Alberto de Souza
POA, 22/out/2019.

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