O nosso conterrâneo Luiz Carlos Vergara Marques que se notabilizou pela criação do programa Turfe & Boa Música na extinta Rádio Itaí, costuma promover todos os meses um encontro dos veteranos radialistas que atuaram nas principais emissoras do nosso Estado. Grande agregador, ele convoca toda a Velha Guarda para relembrar os bons tempos da época áurea da nossa radiofonia, quando saúda um a um todos os presentes, salientando da sua importância como referenciais dos meios midiáticos.
Atendendo honroso convite de Vergara Marques, em companhia de Hunder Everto Corrêa, outro jaguarense ilustre, comparecemos nessa emocionante confraternização e pudemos testemunhar esse exemplo de união e de ideais consolidados na experiência classista de cada um dos seus integrantes, depoimentos imprescindíveis ao balisamento das novas gerações de comunicadores que dão continuidade a essa extraordinária jornada em busca de uma melhor dignidade profissional.
Nesta última terça-feira dia 14, tradicional restaurante Forno & Fogão, ao lado do glorioso Estádio dos Eucalitos na rua Silveiro, tivemos oportunidade de conhecer e cumprimentar grandes personalidades do antigo rádio gaúcho, tais como Salomão Ainhorn, Pedro Amaro, Batista Filho, Sergio Bechelli, Vanize Brown, Beatriz Correa, Arnaldo da Costa Filho, Sergio Dillenbourg, Marisa Fernandes, Lauro Hagemann, Lucio Hagemann, Cleomar Pereira Lima, Cláudio Medina, Leo Pagano, Elisabeth Passos, Antonio Carlos Porto, Antonio Carlos Resende, Aldo Rosito, Rocco Rosito, Sergio Schüller e outros mais.
Muito dessa gente tem aqui chegado oriunda do nosso Interior, em cujas emissoras e jornais ganharam formação para se desinibir e aprender a falar em público, exercitando a oratória e a escrita e consequentemente adquirindo mobilidade social em sua árdua carreira. Eram os conhecidos “bicos” de que se dispunha na época para arranjar uma renda extra afim de custear estudos e até atender caprichos próprios como pagar o cinema ou o guaraná para a namorada, normalmente dependurados na conta dos pais.
Luiz Carlos Vergara Marques, há duas décadas estacionado nos 64 - resultados de uma providencial amnésia – foi um dos que descobriu a sua vocação, graças a um concurso de oratória promovido pelo Grêmio Literário Castro Alves, no Ginásio IPA de Jaguarão. Em sua primeira tentativa, traído por excessiva timidez, teve de encarar tremendo fiasco. Por isso mesmo resolveu se empenhar no aprimoramento do seu desempenho até o próximo concurso, quando então atingiu o seu propósito e se revelou como brilhante locutor, cujo vozeirão conserva até hoje.
Em Porto Alegre, não lhe foi difícil percorrer todas as rádios locais, onde deixou passagem marcante, notadamente na emissora do Edifício do Relógio (Chaves Barcelos), no Largo do Medeiros, a qual alavancou com a notável audiência do seu programa Turfe & Boa Música, que se caracterizava por preencher com espaços melodiosos ininterruptos o intervalo entre um páreo e outro do Hipódromo, o que não acontecia nas outras emissoras, interrompendo a programação normal para irradiação daqueles páreos. E o nosso herói não ficou só nisso, chegando a narrar em plena Gávea vários Grandes Prêmios do Brasil.
Aposentado como Diretor da Rádio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ai está o nosso Vergara abrilhantando almoços e jantares e, por puro diletantismo, tirando sua casquinha como apresentador oficial de muitos Bailes das Debutantes, como tem ocorrido em sua terra, onde é bastante requisitado nessa função.
4 comentários:
Souza, o irmão dele, Clóvis Vergara Marques foi meu professor de Geografia Econômica na Faculdade.
Grande Souza, meu pai, tios e outros tantos vindos do interior, gostavam de uma "carreira" e entre umas "pules"e outras apostas, não desligavam a saudosa ITAÍ...E ao compasso do vozeirão do Vergara as vêzes gritavam:-Suerte!
...e as músicas, muito bem escolhidas, eu curtia...
Parabens, José Alberto.
Excelente texto, mandei para alguns amigos nossos.
Um abraço. Hunder.
eis um post que me trouxe muito da minah vida e infância. de alguma forma, cresci ouvindo Vergara Marques no turfe por várias razões, a principal delas por ser meu pai um dos jóqueis daquela época de our odo turfe gaúcho. belo post, José Alberto.
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