terça-feira, 10 de maio de 2011

Ele revela que nasceu em Jaguarão

Na 56ª. Feira do Livro de Porto Alegre, estive na sessão de autógrafos de lançamento de “In Extremis – Na Alça da Mira”, novela de Jerônimo Jardim. Quando o avistei, ele caminhava de vagar, apoiado numa bengala, ainda convalescente de enfermidade que o manteve em prolongada quarentena. E qual não foi a minha surpresa ao me deparar no saguão do Teatro Bourbon Country, prestigiando os 20 anos do Prêmio Açoriano de Música, com sua presença simpática e saudável, aparência de impressionante recuperação e desenvoltura no andar. Ah, e mais aquela sua marca registrada num flamante “Ramenzoni”!
Dia 4 de maio último, assistimos no Teatro Renascença (CMC) ao espetáculo de lançamento do último título da Virtual Musix/Mídia. – “De Viva Voz” – em que esse cantor e compositor se fazia acompanhar de um seleto grupo integrado por grandes astros da nossa constelação instrumental: Toneco da Costa (direção musical, arranjos, cifras e violão), Pedrinho Figueiredo (produção artística, vocal, sopros e arranjos para flauta e sax soprano), Fernando do Ó (percussão), João Vicente (violão de 7 cordas) e Luís Arnaldo (cavaquinho), além da participação especial da cantora Greice Morelli.
Abrindo a cena, JJ apresentou a primeira faixa do disco “Violão, Meu Violão”, samba de sua autoria que começa “a capela” e vai adquirindo balanço cada vez mais crescente. Segue-se a melodia título do trabalho “De Viva Voz” em que JJ dá o seu tom seresteiro, sob a brilhante moldura musical do sax de Pedrinho Figueiredo. Chega a vez do samba rasgado “Minha Nega”, em boa marcação do cavaquinho de Luís Arnaldo, e a platéia assiste atônita a invasão do palco por um cidadão trajando preto que arrasa com sua intervenção de harmônica – era o músico Xandy Vieira que se apresenta cantando e tocando no Sargent Peppers.
Embora lenta, uma batucada, “Perdoar”. A dor de cotovelo chega e aparece a flauta de Figueiredo, uma valsa “Cama Desfeita”. Em dueto com Greice Morelli, apresentação dos músicos, a gafieira de “É Isso Aí”. As firulas do Pedrinho na flauta, o agito de “Se Eu To na Boa”. O soprano do homem, vou te contar, boa de sair no sereno esta valsa “Não Há Mais Chão”. Jerônimo diz que é de dois lugares – “Nasci em Jaguarão, meu pai era militar, estava em trânsito, mas me considero de Bagé” – a sua origem familiar, ali descobre o choro da dupla Ciro Vaz & José Ducos, “Aconteceu em Madureira”.
Logo vem as suas parcerias que tem início com Greice Morelli, chamada ao palco, surge extasiante num longuinho vermelho e interpreta “Sinto Muito”, um samba-choro de fé. Poesia de Luiz Coronel que musicou e interpreta “O Amor é Assim”, dolente canção. Um título curioso “Amsterdã”, a letra repassada pelo jornalista Timóteo Lopes em relevo numa melodia singela, metáfora perfeita de amantes encarando horrores para mostrar que o amor supera a guerra. E até a esposa Clair Jardim colabora nos créditos de “Cartas Digitais”, valsa onde sobressai o sopro de Figueiredo.
Encerrando, apresenta novamente em dueto com a “melindrosa” Greicinha o agitado frevo “Lenha na Fogueira”, outra de suas parcerias com Clair Jardim. Em suma, Jerônimo Jardim esbanjou todo seu carisma romântico e alegria de viver em cena sem maiores sofisticações mas de grande identidade e sintonia com o público, que o aplaudiu delirantemente durante toda apresentação. Isabela e José Fogaça, Gelson Oliveira, Ayrton dos Anjos, Luiz Coronel e Luiz Mauro entre muitos que ali estiveram prestigiando o espetáculo.
“De Viva Voz” teve captação fonográfica ao vivo nos dias 6 e 7 de janeiro últimos, na Sala Álvaro Moreira do Centro Municipal de Cultura de Porto Alegre. Este show será reprisado no Sargent Peppers, no próximo dia 1º de junho às 22h30min. Conheçam melhor o artista em: http://www.jeronimojardim.com/.

6 comentários:

Jerônimo Jardim disse...

Querido amigo, conterrâneo, apoiador, muito obrigado pela matéria em seu prestigiado blogue.
Arquivei com carinho como lembrança.
Abração.
Je.

Luiz Mauro Pinto Costa disse...

Merecido destaque pro Jerônimo em teu blog, Souza.
É gente "do bem", camaradaço e amigo.
Tive o prazer de assistí-lo e cumprimentá-lo no Renascença, cercado por aquele monte de feras.
- Um rico espetáculo.
Abraço e bom domingo.

Hunder Everto Corrêa disse...

Meu caro José Alberto,Poeta das Águas Doces,excelente matéria a tua sobre o Jeronimo. Parabens e um abraço. Hunder

Anônimo disse...

Que surpresa saber que Jerônimo Jardim é nosso conterrâneo Tio. Pela descrição esse trabalho está maravilhoso. Beijos.
Hilda

Zuleide Nascimento disse...

Quê arraso, Souza, parabéns ! Bj. no coração, Zu

Gilberto disse...

Caro Souza:

Muita boa a tua narrativa sobre o espetáculo do Jerônimo Jardim. Lamento não ter assistido pois sou fã dele e dos instrumentistas que participarm desse show.