sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Brilho jaguarense na 27ª. Moenda da Canção


Encerrada no último domingo, a 27ª. Moenda da Canção, festival de Santo Antônio da Patrulha, apresentou como uma das suas finalistas a milonga “Decimas de Raiz Pampeana”, composição de Martim César, Paulo Timm e Alessandro Gonçalves, interpretada por Marco Aurélio Vasconcellos e João de Almeida Neto. Paulo Timm e Alessandro Gonçalves (violões base), Luciano Fagundes e Negrinho Martins (violões solo), Cristian Camargo (guitarrón) e Douglas Vallegos (baixo acústico) deram apoio instrumental no palco. Esta música ainda conquistou o 2º. Lugar entre as finalistas, alem de ser premiada com Melhor Visual de Palco e Melhor Letra (Martim César).

“Por Onde o Rio Passa”, canção de Zebeto Corrêa, de Belo Horizonte-MG, levantou o troféu máximo desse certame, cujo show de encerramento esteve a cargo do “tremendão” Erasmo Carlos. Foram membros da Comissão Julgadora: Luciano Maia, Adriano Sperandir, Ana Kruger, Rogério Villagran e Tabajara Ruas

A seguir, transcrevemos a Melhor Letra dessa 27ª. Moenda, como reconhecimento à esplêndida performance de seus intérpretes.

Venho do fundo do tempo
Abrindo trilhas na história
Madeira, seiva e memória
Que brotam livres no vento
Eu sou esteio, sustento
De pago, pampa e país
Eu sou a ancestral raiz
Que pulsa em cada semente
Eu sou a própria vertente
Do mundo que eu mesmo fiz

II
Eu sou o verso que encerra
Da minha estirpe, o sentido
Guerreiro ao fim preterido
Pelas partilhas de guerra
Aos outros tocou a terra
A mim, o dom de cantor
Mas sei que tem mais valor
Quem canta suas verdades
Com as rédeas da liberdade
De não ter lei, nem senhor

III
Não quero pena, nem glória
Por tudo que sou e digo
Tres raças cantam comigo
E atestam minha trajetória
Nas lutas demarcatórias
Junto aos fortins da fronteira
Eu fui a voz das trincheiras
No anteceder das batalhas
Fui copla de amor, fui mortalha
Dos gauchos de três bandeiras

IV
Não busquem meu nascimento
Rastreando antigos papéis
Meu berço está nos quartéis
De um tempo já sem idade
Mangrulhos de imensidade
Vigiando os quatro horizontes
No longe, o verde dos montes
No perto, as lagoas calmas
Em cima, o lume da Dalva
Prateando a água das fontes

V
Por isso não canto em vão
Nem sigo as falsas estrelas
Há tanta gente que ao vê-las
Renega o seu próprio chão
Mais vale essa comunhão
Entre o caminho e o andante
Que nesse andejar constante
Descobre ao mirar o mundo
Que o rio quanto mais profundo
Mais tempo terá por diante.

Esta gente, sim, que respeitamos e admiramos, merece todo o nosso confete!

3 comentários:

Anônimo disse...

Tio
Martim Cézar e Paulo Timm são meus ídolos, sempre achei uma dupla maravilhosa.Interpretados por Marco Aurélio Vasconcellos e João de Almeida Neto me deixaram sem palavras, pois também sou fã deles...Parabéns a todos, magnífico trabalho.
Hilda Pacheco

Marco Aurélio Vasconcellos disse...

Que belo presente, meu caro Souza. Pena que o som chega meio distorcido. De qualquer sorte, gracias mil.

Martices disse...

Bom dia,
Muito obrigado pela divulgação.

Estamos pensando em lançar mais para o final do ano o livro novo por aí. Seria uma maneira de nos encontrarmos.

E parabéns pelo Minha fachada predileta. Gostei muito do livro.

Abração