terça-feira, 12 de setembro de 2017

E SEMPRE NOSSOS ETERNOS ANOS DE PÉROLA

À direita, os "jubilandos" Vera Lúcia e José Alberto e, à esquerda, os outros "sobrinhos do Capitão" José Álvaro e Ana Lecy.

Anos de pérola separam jubileus de ouro e carvalho – o teu e o meu. Essas pérolas que nunca vão deixar de ser pérolas, mesmo com o passar do tempo. Todo ano, recebo esse presente como uma graça concebida no ventre de minha saudosa mana. Ela tinha um jeito diferente de ser carinhosa quando dizia que eu era um bom irmão ou que nunca a deixava de apoiar nos momentos difíceis. Nem as duas vezes em que nosso pai se tornou viúvo, deixando-a órfã de mãe na primeira e eu também órfão na segunda, conseguiram nos afastar do afeto que nutríamos um pelo outro, apesar de não habitar o mesmo teto.
Anos de pérola por toda eternidade para traduzir esse elo que sempre nos manteve unidos e que jamais se romperá embora esticado no espaço celestial. A presença dela se faz notar em cada gesto teu, em cada atitude que possa demonstrar a tua personalidade firme e amistosa. E eu ainda sinto o seu abraço carinhoso quando me enlaças naquelas saudações espontâneas de velhos amigos que caminham juntos numa mesma jornada deste planeta. Compartilho com teu marido e com teus filhos dessa imensa alegria de viver cada momento na plenitude de nossas existências enquanto persistirem de forma harmoniosa.
Anos de pérola tão esperados para que viessem ocorrer e sedimentar minhas lembranças dos teus pais queridos, dos teus irmãos que eu gostava de embalar sob os protestos de alguém – “Vais deixar essa guria manhosa!” – e daquela casa que era como se fosse prolongamento do meu próprio lar. Mesmo à distância, ainda estou observando a evolução dos teus passos que não se cansam para chegar de mansinho até onde tua presença se faz necessária, seja acompanhando a todos aqueles carentes do teu incentivo, seja demonstrando o teu orgulho com o sucesso alcançado por todos que tem o privilégio da tua amizade.
Quantas pérolas enfiastes no colar dos teus sentimentos, quantas voltas esse colar já não deu no repositório da tua humildade. Hoje estás nesse galho de ouro que logo vais trocar por outros ramos de símbolos diferenciados que nem galardões merecidos quando se vencem íngremes escaladas, a fim de se avistar no cimo da montanha aquele horizonte colorido e brilhante das tuas emoções. 

4 comentários:

glacirodrigues@gmail.com disse...

Lindo! Como é bom lembrar com saudades de pessoas queridas que já se foram e fizeram parte de nossas vidas.Parabéns Sr.JA Sousa.

Kie disse...

Pura poesia. Pura grandeza de alma. Só mesmo um coração puro como o do amigo poderia externar tamanha sensibilidade.
Grande abraço.
Kie

Carlos José de Azevedo Machado disse...

Como de costume, texto com alma de nosso poeta. Grende abraço!!!

Playground da Diversão disse...

Lindo.