sábado, 10 de outubro de 2009

TRAJETÓRIA DE UM ASTRO ( I )

Coloco no Google – Mário goleiro do São Paulo – e me aparece um comentário, assinado por Alberto Oliveira, sobre o texto Goleiros de São Paulo, de Luizinho Trocate, inserido na página São Paulo Minha Cidade: “Pois é, tu falaste em quase todos goleiros do são paulo, faltou o mário, início da década de 50! não por que fosse meu tio, foi melhor do que muitos, e o poy era reserva dele... Jogou no time dos grandes da época...e o arrogante do leônidas, virou tecnico e "queimou" o cara...Abraços”.(sic).
Com o endereço eletrônico de Alberto Oliveira, apresento ao mesmo a minha disposição de pesquisar sobre a carreira do conterrâneo Mário Patão, como era conhecido em sua terra natal, que se consagrou defendendo a meta do São Paulo Futebol Clube, da capital paulista. Anteriormente, já tinha ficado sabendo da dificuldade do pesquisador de Jaguarão, José Nunes Orcelli, autor do livro Os 103 Anos do Futebol Jaguarense, em recolher dados acerca desse grande goleiro, de vez que na cidade quase nada se sabia da sua história.
Através desse sobrinho, ficamos sabendo que o irmão mais velho de Mário, Joaquim Dionísio, chegou a servir no Exército quando moço, perseguindo a coluna Prestes até a fronteira com a Bolívia, enquanto isso em Jaguarão a mãe viúva, Dª. Idalina Barbosa Oliveira, cuidava dos filhos menores, João da Cruz (pai de Alberto) e Mário, e sempre buscava o rancho – direito adquirido como genitora de militar em combate – que lhe era fornecido pelo Regimento local.
De nossa parte, contatando gente contemporânea que chegou a conhecer esse grande goleiro que figura na galeria dos 100 jogadores mais importantes da agremiação são-paulina, conseguimos precariamente registrar a sua trajetória na história do nosso esporte. Valemo-nos, pois, de importantes depoimentos de Alcides Carlos Moraes, arqueiro da seleção gaúcha de futebol em 1941, hoje com 93 anos e residindo no Rio de Janeiro; de Edu Pucurull, um dos veteranos fundadores do Mauá F.C., de Jaguarão, e de Luiz Carlos Vergara Marques, jaguarense e ex-narrador de turfe em nossa Capital.
Alcides Carlos Moraes, que também atuou no E.C.Pelotas, falou-nos que Mário, recém saído do Jaguarão F.C., foi o seu sucessor na meta auri-cerúlea em 1942, quando dependurou as chuteiras para assumir o seu cargo na Mesa de Rendas do Estado. Edu Pucurull lembrava-se de Patão treinando no Mauá no ataque sem grandes brilhos e que num recreativo colocaram-no debaixo das traves, quando então se revelou, apesar de não assumir a titularidade, cujo dono da posição era Oscar Emygdio Garcia, o craque Oscarzinho. Vergara Marques refere-se ao servente de pedreiro Mário trabalhando na casa do seu pai.
Dessa forma, retratamos inicialmente a passagem desse grande astro do futebol nacional pelos gramados do Rio Grande. O nosso falado Patão (calçava 44) iniciou a sua carreira aos 16 anos de idade, lá pelos idos de 1940, treinando no Mauá F.C., logo após se integrando no quadro do Jaguarão F.C.; daí transferindo-se para o Esporte Clube Pelotas, da cidade do mesmo nome, onde formou no trio final Mário, Catalã e Betinho Conceição. Já em 1947, emissários do São Paulo Futebol Clube foram buscá-lo para assinar contrato.
A seguir, contaremos como Alberto Oliveira, sobrinho de Mário. vem de nos desvendar a trajetória desse astro até chegar ao tricolor paulistano.

4 comentários:

cabeda disse...

Souza, lembro-me do Mário, quando arqueiro do São Paulo F. C., clube pelo qual tinha simpatia na infãncia e adolescência, talvez influenciado por um tio materno que residia na cidade de São Paulo e torcia pelo clube. Tive, mesmo, um time de futebol de botão ,chamado São Paulo, com toda a escalação do homônimo "de verdade". José Poy era reserva do Mário e,mais tarde, chegou a ser treinador do clube.
Ignorava que o Mário fosse teu conterrâneo.
Abraços
Cabeda

Alcides Carlos de Moraes disse...

Meu caro José Alberto,
Gostei muito do teu TRAJETÓRIA DE UM ASTRO. Ressaltar os conterraneos que se destacaram, é uma grande vitude.Abs. Alcides

Hunder Everto Corrêa disse...

Caro José Alberto, gostei muito do teu comentário "Trajetória de um Astro". Não sou da época, mas aprecio a garra e a vontade de vencer dos nossos craques do passado. O Luiz Carlos Vergara Marques precisa ver isso. Abraços e parabéns. Hunder.

Edemar Annuseck disse...

Ótima matéria (primeiro capítulo) que vai nos trazer a público a carreira de um goleiro que eu tive conhecimento de sua passagem pelo São Paulo FC., porém sem pormenores. Aguardo a sequência.