quarta-feira, 28 de junho de 2017

Poeta Garoeiro e a semana Heitor Saldanha (VI)






Heitor Saldanha 
– A Hora Evarista – 1974 – p. 203.
 Só depois de sentir que o Belo é triste
é que se atinge a alma da Beleza.
De que vale saber se Deus existe
conhecendo a alegria da tristeza?

Em Quixote a sonhar de lança em riste
a desfazer agravos e torpezas
- a viva encarnação do Belo-triste –
existe um deus pagão por natureza.


Antes do balançar para o crescente
recebe-se o ingresso permanente
e se devolve a senha antes do tempo.

Depois, buscar a luz ventre de treva
da viva floração nunca se eleva 
que da germinação não houve exemplo.

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